Se o amor pudesse expressar-se matematicamente não teria os
sinais de soma nem de subtração, é demasiado simples. Teria mais sinais de
multiplicação e divisão, porque para o amor tudo é muito ou pouco. Assim para
os mais idiotas românticos, como eu, seria ainda pior, pois teria apenas sinais
de potência e razão. Desse modo o número sete viraria quarenta e nove com um
beijo roubado, ou então, o oitenta e um viraria nove após receber uma notícia
inesperada.
Os números dessa
equação pouco importariam, já que as relações amorosas variam muito. Porém
antes esses números, grandes ou pequenos, fossem tão exatos como no exemplo
citado. Na verdade seu resultado tão pouco faria parte dos números racionais. Poder-se-ia
dizer que normalmente fazem parte dos números reais, mas às vezes também dos
imaginários. Caso um matemático abusado resolvesse fazer essa conta não se
atreveria a arredondá-la, pois sempre o resultado tenderia ao infinito, sendo ou
negativo ou positivo.
No final, se o amor que sinto agora pudesse se expressar
matematicamente, seria a maldita raiz quadrada de um número fracionado que resultaria
em algo menor que um. Porém, por mais zeros que levaria depois da vírgula ainda
assim seria diferente de zero.