sábado, 14 de abril de 2012

Noite fria

Você tem um sol dentro
Um potencial que não aguento
Vê-lo se esconder e se ocultar
Atrás do seu japonês olhar

Não me diga que não quer conversar
Não me venha com essa de se deixar levar
O sentimento vem também com a razão
Em uma noite fria me preocupo com a paixão

Você me dá algo que adoro
O seu amor me preenche a'lma
Mas não sei se mereço e então oro
Se relacionar é pra mim um trauma



São todas palavras vazias de uma noite fria


Eu não oro! eu choro, choro, choro.

E pra que? Vai saber...
Talvez seja a hora deu realmente me conhecer

Falo, falo, falo, mas cadê meu falo?

Fujo dos sentimentos através das palavras
Não sinto o vento, pois só há portas com travas

Me esqueço, se esqueço de nos esquecermos

Com você de isca, me devoro
 E assim também te devoro

Uso, com pesar, dos vícios pra não ter que pensar

Gosto de ficar cansado
Não quero me enfrentar
Só quero dormir e me sentir amado
Nesta noite fria sem luar

domingo, 1 de abril de 2012

Viver sozinho

Viver sozinho nem sempre é o acaso que escolhe
Ás vezes nos organizamos com tal complexidade
Que quando o amor vem desorganiza e desconstrói
Assim decidimos pela solteirice no auge da idade

Fazemos então da rotina uma constância
Trabalhamos sem reclamar hora extra
Assistimos toda noite comédia romântica
Para rirmos e esqueceremos da nossa amiga Tereza

Acordamos bem cedo com o desperta-dor
Comemos depois aquela dura torrada
Ouvindo no jornal um debate mediador
 E de repente sentimos um vazio, uma porrada

O amor demora (e nos faz perder o ar)

Devagar divagamos sobre como se amar
Lentamente, mas com ânsia, queremos lá chegar

Esperamos com paciência, relutância e dor
Lutamos contrários ao instinto e a paixão
Violentamente quase perdemos a razão
E no final encontramos, com demora, o amor