O que fazer nesse fim de tarde onde a chuva ameaça cair e
desabar o céu?
O que faço com a vida incerta, confusa e sem mel?
O que faço com minhas aspirações, desejos e sonhos que tampo
com tarefas insensatas?
Por que não posso simplesmente esquecer o que nunca foi
dito?
Por que não posso dizer tudo sobre esse terrível mito?
Mito da vida líquida no meio das pedras, mito da correnteza
incansável que me cansa.
Mito do lobisomen barroco que sofre com seu anseio da lua
cheia, pois quando é homem se contorce arrependido e confuso do que fez quando lobo. Porém, ao mesmo tempo, deseja ser-lo para que cessem seus conflitos que ardem como fogo.
Ou só lobo ou só
homem! Por que é que tinha que ser logo lobisomen?