sexta-feira, 27 de julho de 2012

Madrugada de lua minguante

Batem na porta, é madrugada de lua minguante. Me pergunto quem é, mais por hábito do que por interesse. Não sei que horas são, mas estou sem sono. Resolvo abrir a porta, me encontro, na soleira de minha porta, com a figura de um lobo solitário bonito e calmo, sinto uma serenidade no ar. Me surpreendo por um instante pensando em quem bateu na porta. Deixo o lobo entrar, mas ele permanece parado na entrada da casa. Me abaixo espontaneamente até a sua altura e olho em seus olhos azuis profundo sem medo. Passo a mão em seu pelo macio e recebo, de súbito, uma mordida feroz no braço. Acordo de meu devaneio e me vejo novamente de frente para o lobo, abaixado. Levanto e viro de costas para ir em direção a cozinha. O lobo entra silenciosamente e vagueia pela casa impondo respeito. Pego um copo d'água e depois fecho a porta da entrada, agora estamos eu e ele sozinho, estou com medo. Sento na poltrona da sala e penso em quem bateu na porta. Levo o copo d'água à boca e chego a uma conclusão. Me sinto confuso, fui eu mesmo quem bateu na porta.