Quem é esse grandioso que realiza seus desejos como se tivesse um gênio da lâmpada a seu mando? Percebo que me olha de cima, mas não vê nada, pois somos pequenos demais pra ele. Talvez na sua sábia sabedoria ele saiba que nós, meros micróbios mortais, existimos e interagimos com sua ilustre presença. Porém, se o sabe, faz questão de esquecer, pois em sua mente só há espaço para seu umbigo e sua tão quanto (ou mais) grandiosa flor.
Lírio raro que só existe em seu planeta. Seu cheiro maravilhoso o entorpe fazendo-o esquecer de si por alguns breves milésimos de um suspiro. Talvez sua maior admiração ao seu lírio esteja nessa qualidade, quase inata, que o faz esquecer de si mesmo, mesmo que seja por um pífio tempo, pois a qualidade do prazer independe das quantidades de medida.
Assim o gigante idiota dorme a maior parte do dia e nas tardes quentes ou frias ele abre os olhos para sua única flor única apreciando sua beleza infinita e seu cheiro entorpecedor. Disso ele vive, da beleza inteira (nem a mais, nem a menos) de sua pequena flor. Que por ser completa gera essa infinita admiração, principalmente naquele grande idiota cego que não entende a simplicidade.