Não tenho Deus, mas tenho ela, mulher que espanta as
mazelas.
Quem eu era, debaixo dos seus lençóis, se perdeu.
A água pro chá fervíamos na panela
Esquentava nosso tempo e fazia passar o frio meu e teu.
Frio gelado que vinha acompanhado da distância de nós
mesmos,
Ou ao menos de mim mesmo.
Prazeres escorregadios desse mais longo relacionamento.
Nesses dez meses não pestanejava não fazia racionamento.
Esqueci da angústia e da solidão,
Mas que vinham mesmo assim, principalmente, em sessão.
Agora bebo o amargo por você ter pagado o pato.
E mesmo depois de tudo que passou você me olhou com amor
E meu alívio foi imediato.
Cansei de não merecer ser feliz, mas ser feliz exige tempo
Para saber separar a água do álcool e a culpa da dor.