Ter a si mesmo é ter uma rotina
Ter sempre os mesmos passos
Ter calculado cada momento do seu dia
Para não perder a postura e não sentir o inesperado
Ter si, é ser frio e solitário
Isolar-se do novo e abraçar-se no vazio
Acorrentar-se no passado e vagar-se pelo presente
É esquecer-se do outro e do mundo
No final quem si tem não tem a ninguém.
Porém, para ter si sem viver na solidão
basta acrescentar o sufixo "ane"
Terciane me parece a solução
Terciane é ser quente e novo
É ser aventureiro e bobo
É tremer e chorar.
Ah se Terciane fosse um verbo
Eu tentaria conjugar!
Quando mergulho em água gelada sinto meu corpo inteiro, sinto meu coração bater mais forte, meus pelos arrepiarem, meus membros tremerem. Quando mergulho no gelado eu sinto a vida, eu vivo. Mergulhar no gelado também é renovar, é afundar na dor, na culpa, no sofrimento e então sair animado, pulando, querendo sentir o calor.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Se eu fosse escrever um roteiro de filme escreveria um drama, mas não um drama com final feliz. Escreveria algo de valor, algo que tivesse uma mensagem além daquelas dos filmes comerciais, e espero nunca me vender pra esse tipo arte. Arte que existe em função de si mesma, egoísta e pegajosa que atrai a atenção, mas que não inspira ninguém. Quero criar algo que inspire e mude as pessoas e eu sei que para haver mudança é preciso haver dor, rejeição e tristeza; não há outro jeito, faz parte do processo.
Então você pode pensar por que alguém gostaria de mudar? E aí está a minha maior questão em relação a arte, como mudar as coisas se elas mesmas não querem mudar? Por que alguém assistiria a um filme que traria dor, rejeição e tristeza? A resposta que encontrei a princípio é que não tem jeito, se a pessoa não quer mudar não é possível fazer nada e quanto mais for forçado essa mudança pior será a mesma. Vemos dezenas de exemplos o tempo o todo a respeito disso: como no caso da Rússia com o socialismo no ou de tantos outros sistemas ditatoriais, não só em relação a países, mas também aos pais.
Entretanto essa resposta não me basta, não quero ficar parado e esperar as pessoas quererem mudar. Preciso fazer algo! É pouco esperar sentado. Foi com essa idéia que pensei em um jeito de fazer as coisas mudarem, e o jeito que pensei foi mudar a mim mesmo. Mudar a mim mesmo para algo que seja mais profundo, mais transcendente, abrir mão das coisas que quero pelas coisas que os outros querem, ou melhor, fazer com que a necessidade do outro seja a minha. Ah mas não quero ser convencido e me achar melhor do que ninguém, estou longe de ser um exemplo, longe de ter controle sobre minha vida e minhas necessidades. Em realidade só tenho uma vaga idéia, uma doce ilusão de que ao menos parte dessa idéia possa existir em plenitude, parte de mim possa estar completa nessa minha “ideologia” (ou “cosmovisão”, chame como quiser) e sei que é devagar e sempre aberto a mudar e me modificar, errando e sofrendo, que vou conseguindo.
Parece um caminho difícil, mas sei, ao menos, que não estou sendo hipócrita tentando mudar o mundo, sendo eu a pessoa que mais precisa se mudar.
*Pinturas: 1- John Robertson retirada do blog http://www.whatartdidhemaketoday.com/
segunda-feira, 18 de abril de 2011
caminho seguro e doença
Doença
O amor é uma doença?
Se não, então por que dói tanto? Por que te domina e te destrói?
Se sim, tem cura? Existe um remédio ou tratamento que alivia essa dor?
Será uma doença degenerativa como um câncer, ou será passageira como uma pneumonia?
Caminho seguro
Não quero ser feliz
Quero ser um triste motivado.
Sinto seu vazio e sua dor
Vejo sua luz e seus tesouros
O fardo que carrega
E as mentiras que conta a si mesma.
Não sou sua cura,
Mas posso te dar a mão
Nesse caminho escuro
E assim achar o meu
Caminho seguro
Assinar:
Postagens (Atom)