Correr atrás do vento é demasiado abstrato para a poesia
Melhor ser o vento fugindo escandalizado
das obsessões dos homens
Do planalto periférico onde o gado ouve o chamado do mar
e permanece estático esperando o suor se transformar
em água potável e o cansaço em prato feito
Do subsolo de um arranha-céu onde
um volvo preto persegue a vulva dourada
e mancha de sangue o couro sem cheiro
Mas é do quarto azul, de um homem hemorrágico,
que o vento mais se afasta (deixando o bafo da morte à espreita)
Enquanto, a ninfa dança em torno da cama
abrindo um buraco sem fundo de momentos inexistentes
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