domingo, 4 de fevereiro de 2018

Orbitando Nana

Planetas em órbitas não nos deixam esquecer
a influência de um corpo no outro.
É tão intensa essa força entre nossos corpos
seminus na penumbra do meu quarto.
A atração dos seus olhos nos meus, dos meus dedos
na sua pele, da sua cabeça no meu ombro,
do seus dentes nos meus lábios.
É linda essa dança orbital desajustada.

Paixão e Melancolia não são planetas, não se engane.
É a mera ausência ou presença dessa energia entre nossos corpos.
Previsão catastrófica de uma colisão nos chega
de uma fenda espaço/tempo.
Desviamos nossa rota e aceitamos a falácia
profética do alinhamento de dois corpos.

Não existe universo de dois planetas, ainda mais
em plena chuva de asteroides carnavalescos.
Pra entrarmos em órbita há uma distância ideal,
que sempre mantém uma saída pela tangente.

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